gustavo

13 de junho de 2011

“Com todo apoio da população, unificar a luta dos bombeiros com a educação”

Emocionante. Eis a palavra que melhor descreve o que aconteceu neste domingo, 12, em plena orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ali estavam reunidas cerca de 50 mil pessoas que provocaram uma verdadeira tsunami vermelha, comparada por militantes de longa estrada ao “Diretas Já” e ao “Fora Collor”. Ainda sob o efeito da comoção em virtude da prisão dos 439 bombeiros que receberam a liberdade ontem, depois de terem sido presos a mando do governador Sérgio Cabral, por reivindicarem aumento nos salários que hoje é o pior do Brasil, as pessoas manifestavam seu apoio usando roupas vermelhas e agitando fitas dessa cor. Ao longo do percurso, moradores (as) também solidários (as) à causa dos profissionais que salvaram inúmeras vidas nas recentes e inesquecíveis tragédias do Morro do Bumba e da Região Serrana do Rio, agitavam lenços e bandeiras vermelhas, reforçando o efeito visual do ato vermelho.

@s trabalhadores em educação do RJ, que recebem um dos piores salários do Brasil e entraram em greve na semana passada, marcaram presença na atividade levando, além de solidariedade, o resultado de uma atividade proposta pelo SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação) às escolas: uma faixa composta pelos desenhos e mensagens de diversos alunos dando apoio aos bombeiros, selando assim a unificação da luta dessas duas categorias em defesa da própria dignidade e contra a truculência e covardia de Sérgio Cabral que só sabe reagir a protestos de trabalhadores (as) tratando-@s como bandid@s.

Também profissionais da saúde, dos correios, de outras corporações militares, estudantes e muitas, mas muitas famílias mesmo, se fizeram presentes, mostrando a Cabral o equívoco da sua política e, principalmente, que os trabalhadores (as) cariocas estão dispost@s a reagir a qualquer retaliação de sua parte.

Quanto a mim, estive o tempo inteiro ao lado d@s companheir@s da CSP – Conlutas, da ANEL e do PSTU, sendo mais uma a levar não só o meu apoio, mas o d@s trabalhadores(as) em educação do RN aos bombeiros, aos nossos colegas de categoria em greve, e a tod@s @s trabalhadores (as) que nesse momento se organizam na defesa dos seus direitos, pois somente com a soma de nossas forças seremos capazes de derrubar qualquer opressão e qualquer ditadura que tente nos abater.

Minhas saudações e meus sinceros parabéns aos trabalhadores (as) cariocas que no dia 12 de junho de 2011 deram uma grande lição de classe aos trabalhadores (as) do Brasil inteiro! Arrasaram!

2 comentários:

Cíntia Parreira disse...

Amanda, eu também estava lá no dia 12 e concordo com vc plenamente, foi realmente emocionante participar de um evento que marcará a história.
Não há dúvida de que o ato foi um grande exemplo de exercício da cidadania e democracia. Somente através da mobilização social e da união das classes será possível estabelecer negociações e reflexões sobre as práticas opressoras tão comuns na nossa sociedade. É preciso protestar e principalmente se unir.
Como educadora acho fundamental participar destes atos por questões pessoais, mas também para dar o exemplo a meus alunos. O exemplo de cidadão cumpridor dos deveres mas também questionador da opressão e sabedor dos direitos. Não posso, ou melhor, não tenho o direito de ser omissa a tantos atos truculentos e de desrespeito ao trabalhador. Atos esses que passam pelo salário. Salário de fome a trabalhadores que dedicam à vida a suas profissões é desumano e deveria ser motivo de vergonha para governantes de um país que sonha em ser reconhecido como desenvolvido e de "primeiro mundo". Vamos nos reconhecer desenvolvidos começando pela dignidade dos nossos trabalhadores, valorizando verdadeiramente a educação, equipando nossas escolas, valorizando e profissionalizando as crianças e adolescentes. Vamos começar através da valorização do povo e das condições de vida do mesmo.
Aos bombeiros, parabéns. À sociedade e todas demais categorias de trabalhadores que abraçaram a causa, parabéns também. Mais um grande exemplo a ser seguido por todos os cidadãos.
Parabéns a você também por seu brilhante depoimento.
Um forte abraço,
Professora Cíntia Parreira. (RJ)

Diga nao ao Racismo disse...

Os bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.

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