gustavo

13 de junho de 2011

Dia atípico na agenda de lutas

A previsão de atividades para o dia 11 era a de participação em uma assembleia d@s trabalhadores (as) em educação de Maringá (PR) e uma reunião com os educadores da CSP-Conlutas, mas o que deveria ser uma simples viagem acabou se transformando numa verdadeira gincana, com direito a “se levantar perde o lugar”, “aguente a fome se puder”, “aguente o frio se aguentar”, “prove que aguenta esperar” e “chegue primeiro se for capaz”. Brincadeiras de fora, foi esse mesmo o quadro que se delineou no aeroporto de Guarulhos, tanto pela manhã, quando pretendia embarcar para Maringá, quanto à noite, quando embarquei para o Rio de Janeiro, para participar do grande ato em solidariedade aos bombeiros.

Pela manhã, o vôo para Maringá estava previsto para 6h30m, mas devido a condições meteorológicas ruins o aeroporto da cidade foi interditado. Acontece que a decisão/informação só se tornou pública por volta das 9h da manhã, quando o caos já estava devidamente estabelecido no aeroporto. Passageiros de todas as companhias aéreas e de diversos destinos se amontoavam no saguão, à espera de informações. Pessoas de todas as faixas etárias se “acomodavam” nos bancos ou no chão e procuravam garantir esse lugar antes de guardar outro nas filas para um café da manhã caríssimo ou para o banheiro.

À noite, a cena se repetiu com um agravante: por algum erro da Web Jet, a aeronave que faria o vôo para o Rio de Janeiro simplesmente não estava disponível no aeroporto e no horário previstos. A informação veio cerca de meia hora depois do horário previsto para o embarque, mas esse foi só o início da epopéia. Constatado o furo, a Web Jet teria que nos transportar do aeroporto de Cumbica para o de Guarulhos e resolveu fazer isso da melhor forma: utilizando táxis da única empresa com a qual tinha convênio e que, por acaso, possui uma frota bem pequena. O resultado, além da correria no meio do aeroporto entre informações desencontradas e funcionári@s perdid@s, principalmente para quem precisava retirar bagagem, foi uma espera de mais de 40 minutos numa fila estática, ao relento, em pleno frio de 15°, com sensação térmica nem sei de quanto, já que @s própri@s paulistas se queixavam da temperatura. E o mais sórdido de todos os detalhes é que a fila só foi encerrada depois que a companhia teve a iniciativa de utilizar todos os táxis disponíveis, e não apenas o da empresa conveniada, sugestão, aliás, dada desde o início por tod@s @s passageir@s e que teria evitado 90% do transtorno que tivemos que passar na espera ao relento.


Parafraseando um passageiro indignado, “assim como um país que tem um vulcão precisa de um plano de emergência para o caso dele entrar em erupção, uma companhia aérea precisa de um plano para situações previsíveis assim”. Daí aprendemos a lição: se não há uma companhia aérea sequer que seja pública, está aí um ótima ilustração para a tese de que a solução para os problemas relacionados aos serviços básicos não está na privatização. Por trás da atmosfera de glamour criada pelos pisos de porcelanato ou pela maquiagem e os cabelos bem penteados das atendentes das empresas privadas, se esconde a única verdade presente em qualquer lugar de que precisemos: se os ricos estão bem, que se dane o povo. E é esse descaso que se reflete em
cada uma das situações vexatórias pelas quais passamos no cotidiano. O mais intrigante de tudo é que os governos que não resolvem o problema da educação Brasil afora porque precisam investir na estrutura para receber a copa, não estão dando conta nem dela. Afinal, se os aeroportos já estão assim agora, imagine quando a Copa do mundo chegar. E mais uma vez vai sobrar pra gente!

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