gustavo

15 de fevereiro de 2012

De quem é a responsabilidade pelo descaso com a educação de Natal?

Olá, meus/minhas colegas educadores (as) de Natal!

Em Natal, salas vazias. (Fotos Paulo Almeida)
Como tod@s vocês já sabem, o início do ano letivo na rede municipal de Natal, que estava marcado para esta segunda-feira, foi adiado para o dia 1º de março. Os motivos, ao contrário do que está sendo dito por aí, não têm nada a ver com o nosso indicativo de greve para o próximo mês e muito menos com o carnaval. O adiamento do retorno às aulas é uma das expressões da gravíssima falta de compromisso das autoridades com a educação pública em Natal. A verdade é que as salas estão vazias porque a Prefeitura não preparou as escolas para os alunos. Em muitas delas, por exemplo, as tão faladas reformas não foram nem mesmo concluídas. A merenda escolar sequer foi licitada, e ainda que tivesse sido adquirida, não teria como ser preparada, pois o fornecimento de gás às escolas está suspenso.

Ainda que se diga que os 200 dias letivos dos estudantes não serão afetados, como confiar numa gestão que despreza completamente o valor da escola pública? Quando o calendário da rede de ensino não é cumprido em função de uma greve, os governos culpam professores e funcionários pelo prejuízo. O Poder Judiciário, por sua vez, logo se apressa e empunha o chicote para nos obrigar a tudo quanto queiram. Mas de quem é a culpa quando as aulas de mais 57 mil alunos são comprometidas porque a educação pública sofre com a falta de condições básicas? Essa é uma ótima pergunta a ser feita ao Ministério Público que, ao invés de cobrar dos governos, se ocupa em ameaçar – inclusive de prisão – diretoras de escolas que não aceitam mais novos alunos porque já não tem onde colocar tanta criança!

Cinco mil crianças ficarão fora das salas de aula
Ao afirmar que o descaso com o ensino público de Natal é enorme, não estou fazendo um exercício de retórica. Falo de uma realidade sentida por nós todos os dias e muitas vezes exposta nos meios de comunicação. Uma realidade que pode ser ilustrada por números, relatos e estatísticas, tão reais quanto a falta de professores, os baixos salários e a precária estrutura das escolas. Este ano, segundo a própria Prefeitura, cerca de 5 mil crianças ficarão fora das salas de aula por falta de vagas. Cerca de 30 unidades de ensino que funcionam em prédios alugados pela administração da prefeita Micarla de Sousa, do PV, podem ser despejadas dos locais por falta de pagamento dos aluguéis. A péssima estrutura da educação e os ultrajantes investimentos (ou a falta deles) no setor se refletem em problemas ainda maiores. Os dados do IBGE não são apenas chocantes. São também reveladores.

Em Natal, o analfabetismo atinge 8,3% das crianças com até 10 anos. Uma verdadeira tragédia educacional. O bairro de Salinas, na Zona Norte, tem 78% de seus moradores analfabetos! Outro bairro da capital potiguar, o de Mãe Luiza, possui 1.693 pessoas que não sabem nem mesmo assinar o próprio nome. A educação em nossa cidade nunca recebeu atenção da Prefeitura. Nem antes nem agora. Trabalhadores (as) e pobres não tem e nunca tiveram acesso à educação pública de qualidade. Prova disso é que a maioria dos analfabetos está na periferia. A exclusão social é marca da Prefeitura de Natal.

Na segunda-feira, estive na escola e conversei com os pais
Fora isso, que não é pouco, ainda encontramos a velha desculpa da falta de dinheiro, que penaliza os fornecedores, funcionários terceirizados, a merenda escolar, material didático e equipamentos. Mas será mesmo que a cidade não possui recursos? Há realmente uma crise financeira em Natal que justifique o abandono dos serviços públicos, sobretudo o da educação? Se é verdade que falta dinheiro para investir no essencial, então devo confessar que me intriga bastante as razões que levaram a prefeita Micarla a perdoar uma dívida de mais de R$ 70 milhões de ISS (Imposto sobre Serviços) de universidades e escolas privadas em 2011. Mais do que isso. Como é possível que a Prefeitura se negue a investir o mínimo em educação? Refiro-me ao caso dos 25% de impostos próprios que, como determina a Constituição, devem ser aplicados pelos municípios nessa área. Desde dezembro do ano passado, a dívida da Prefeitura de Natal com o ensino público já ultrapassou os R$ 57 milhões, com o agravante de que a prefeita se nega a reconhecer e a pagar o débito. E para completar o quadro de horror, ainda somos obrigad@s engolir o cinismo de Micarla, que foi capaz de afirmar que nenhum governo investiu tanto em educação quanto o dela.

Entretanto, a dívida de Micarla com os trabalhadores e a população pobre de Natal é muito maior. Vai além dos R$ 57 milhões da educação, e só pode ser mensurada quando observamos o seu índice de rejeição em 90%. A prefeita tem, na verdade, um débito social conosco. E já está mais do que na hora de cobrá-lo. Com juros, inclusive.

3 comentários:

Coisas miúdas ou graúdas disse...

Moção de repúdio contra o "Pacto pela educação" do governo do PSDB em Goiás.

http://coisasmiudasegraudas.blogspot.com/2012/02/mocao-de-repudio.html

Coisas miúdas ou graúdas disse...

Esqueci de postar, mas esse é um manifesto contra o Marconi PSDB


http://coisasmiudasegraudas.blogspot.com/2012/02/manifesto-da-faculdade-de-educacao-em.html

Iva disse...

Senhor, tem misericórdia do nosso povo.. não merecemos tanto descaso..faz essa mulher ir embora e nunca mais voltar..dai-nos sabedoria para escolher uma prefeita digna para a nossa cidade,dai-nos a graça de aparecer um (a) candidato(a) capaz de fazer uma Natal limpa, com educação, com saúde, com segurança.
Pois é, gente, essa oração que acabo de fazer espero que seja lida e repetida "n" vezes para ver se a gente se livra dessa maldita prefeita.

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