gustavo

10 de novembro de 2014

11 de junho de 2012

O governo é o verdadeiro responsável pela evasão escolar no RN

Manchete do jornal sobre evasão escolar
A manchete do jornal O Poti/Diário de Natal deste domingo, dia 10, me chamou muito a atenção: “Evasão e desestímulo são retrato do ensino médio”. Como professora, o tema da educação pública para mim é uma prioridade. Os dados chocantes trazidos pelo jornal são do Censo Escolar divulgados pelo IBGE e mostram que a evasão no RN chega a 19%. Além disso, 56,20% das pessoas com 10 anos ou mais tem apenas o Ensino Fundamental e metade dos jovens com 19 anos disseram não ter concluído essa etapa escolar. Para mim, é revoltante ver a educação pública nesta situação, e mais revoltante ainda foi ler a explicação da secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, sobre o fato.

Na matéria, a secretária culpa a greve dos professores de 2011 pelo alto índice de evasão escolar. Uma atitude, inclusive, muito comum em se tratando do governo de Rosalba Ciarlini (DEM). Betânia Ramalho foi enfática ao dizer que a greve de mais de 80 dias do ano passado foi o primeiro fator prejudicial. “Ora, se a escola não é tão atrativa, agradável, interessante nem motivadora, tudo que se mexe é prejudicial, imagine uma paralisação de quase três meses?”, diz a secretária em um trecho da matéria. Em 2011, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa, falei do absurdo que era uma secretária minimizar os problemas da educação e atribuí-los a “imediatismos”, apresentando “projetos de longo prazo” e solicitando “paciência”, alegando para isso o fato de estar no governo há pouco tempo. Treze meses depois e diante de um cenário inalterado, me sinto desafiada a voltar a responder às incongruências do governo.

Em primeiro lugar, quero repetir que a greve dos trabalhadores é apenas uma pequena parte da bomba relógio que a é educação pública neste país. Em segundo lugar, repito que a greve é essencial para que a sociedade tome conhecimento do sistema caótico a que nós e nossos alunos estamos submetidos diariamente. Se não há greve, tudo parece estar em ordem e as pessoas acreditam na farsa apresentada em propagandas de TV. Em terceiro lugar, quero dizer que não admito que governo algum desmoralize a nossa luta em defesa da educação pública, utilizando-a como justificativa para a sua própria incompetência, ingerência e indiferença em relação aos problemas denunciados em nossas greves, mesmo que o fizesse de forma subliminar.

A secretária continua achando secundário falar sobre os problemas “que todos já conhecem” e, nesse exercício de silêncio, parece acabar se convencendo de que eles realmente não existem. As escolas públicas do estado continuam com os mesmos problemas de sempre. Nada mudou, nem com os governos passados nem com o atual. Na verdade, a evasão é alimentada todos os dias pelo descaso histórico deles.

Hoje, há muitas escolas no RN em que os alunos do Ensino Médio tem apenas dois ou três dias de aula por semana. Isso porque as direções se desdobram para contornar o caos e fazem rodízio de turma por falta de professor. Se fizermos um cálculo rápido, vamos perceber que essas pessoas assistem a, no máximo, 144 dias de aula por ano. Uma vergonha! E agora eu pergunto: que estudante pode se sentir estimulado a freqüentar uma escola em que não tem professor de Português, de Química ou de Matemática, estando às vésperas do vestibular? E se quando esse professor chegar, as aulas forem suspensas por um problema na bomba d’água ou por um apagão causado pela rede elétrica velha perigosa? Quantos alunos vão resistir a essas e tantas outras provas de paciência?

O governo, através de Betânia Ramalho, escolheu a greve como um bode expiatório para esconder a própria responsabilidade com o abandono da educação pública. A greve dos professores durou mais de 80 dias por culpa do governo do estado, que foi intransigente com nossas reivindicações e insensível com os alunos, como continua sendo. E insistem em tamanho cinismo. Quero ainda aproveitar para dizer porque as pessoas desistem de estudar.

As pessoas desistem de estudar porque não estão com a vida ganha e não tem tempo a perder “brincando de ir à escola”. Se a escola não conta com a sua estrutura básica: professores, carteiras, água, luz, elas tem mais o que fazer e vão procurar um emprego. As pessoas desistem de estudar porque vêem os seus professores, cuja dura rotina elas conhecem bem, fazerem uma greve de 81 dias, para no final receberem um salário que elas podem receber como um profissional autônomo, mesmo que não tenha concluído o Ensino Fundamental. As pessoas desistem de estudar porque o governo do estado faz um boicote ao ensino público. Depois, cobra que sejamos os redentores e redentoras do país. Com um quadro caótico desses na educação, dizer que a evasão escolar é culpa da greve dos professores é mais do que uma mentira, chega a ser uma provocação.

23 de maio de 2012

Um ano depois... o que mudou na educação pública?

Há um ano, no dia 10 de maio de 2011, fui a uma audiência pública na Assembleia Legislativa, que tinha como tema “O cenário da Educação no Rio Grande do Norte”. Assim que cheguei, soube que havia espaço para alguns de nós, após a fala d@s ilustres convidad@s. Então, tratei de garantir a minha fala naquela ocasião em que tod@s @s responsáveis pela educação estavam presentes.

No começo, estava insegura, pois não tinha me preparado e cheguei a pensar em desistir. Mas quando percebi que deputad@s, promotora e secretári@s falavam, falavam, e não diziam nada sobre o tal do cenário da educação, percebi que o mínimo que eu dissesse sobre a nossa realidade estaria mais adequado do que a coletânea de números e frases prontas derramadas ali. Confesso que estava incomodada com todo aquele faz de conta, mas a gota d'água foi a infelicidade da secretária de educação, Betânia Ramalho, ao dizer que não ia falar sobre os problemas da educação porque isso “todo mundo já sabe”. Aquilo passou dos limites. Poxa! Estávamos numa greve com adesão de 90% d@s trabalhadores (as) em educação do estado, e a responsável pelas negociações foi ali dizer que nós não precisávamos falar sobre problemas?! Como pode?!

Mesmo que eu não quisesse, era obrigação falar sobre “o cenário da educação no RN” do ponto de vista de quem vive e constrói a educação, e não do ponto de quem a destrói, para depois maquiá-la com frases de efeito retiradas de compêndios pedagógicos e administrativos. De fato, todo mundo já conhece as muitas faces do caos da educação, inclusive a secretária. Mas não é por isso que vamos deixar de falar da nossa correria de uma escola para outra, dos nossos salários vergonhosos, das dificuldades para lecionar em salas quentes e “populosas”, da falta de material pedagógico, da falta de formação para @s profissionais das escolas...

Não deu outra: falei. Mesmo imaginando que ali ninguém estava interessado em saber da vida real, pois eles vivem mesmo como em contos de fadas. Não disse nada de extraordinário. Apenas a realidade, o “que todo mundo já sabe”. Acontece que o vídeo foi parar na internet, visto mais de 2 milhões de vezes, e acordou algo que estava adormecido. As pessoas se indignaram ao constatar que o cenário da educação aqui era, na verdade, o cenário da educação no Brasil.

A repercussão foi inacreditável. Na época, todo jornalista queria saber o que tinha mudado na minha vida após o vídeo. Não mudou nada. Porém, acho importante fazermos outra pergunta: “após um ano, o que mudou na Educação?”. A resposta, eu sei, está na ponta da língua e é a mesma de Norte a Sul: “infelizmente, nada!”. Já aqui, em terras potiguares, algumas coisas mudaram... para pior.

A novidade aqui é que a promotora da educação ficou zangada com o meu atrevimento em dizer que professores comem o cuscuz da merenda e fez uma força-tarefa de fiscalização do cuscuz. Até gente de Brasília (pasmem!) veio aqui saber que história era essa. A pressão foi tanta que hoje, em nenhuma (ou quase nenhuma) escola de Natal, @s diretores(as) se arriscam a dar um prato a seus colegas. Isso mesmo! O cuscuz, que antes era alegado, hoje é negado!

Na rede municipal, a novidade é que a prefeita Micarla de Sousa (PV) achou que @s professores (as) estavam exigindo muito: formação continuada, piso nacional, aplicação de 1/3 de hora-atividade... E tratou de nos mostrar que tinha gente querendo o nosso emprego. Agora, aqui na capital, basta ser indicado e ter concluído o Ensino Médio para ser contratad@, via empresas terceirizadas, para assumir uma sala de aula do Ensino Fundamental I. E não se incomodar em receber um salário mínimo. Para este caso, a promotoria não organizou força-tarefa.

Como se vê, a educação não passou a ser prioridade, nem aqui no Rio Grande do Norte, nem em nenhum estado. O desrespeito a professores (as) e alun@s é o mesmo. É como se o nosso drama fosse algo invisível. Continua existindo a ideia de que o caos na educação é uma fatalidade, que não pode ser transformado, que é algo normal.

Nosso piso nacional – o mínimo – ainda não é pago em 15 estados! O nosso salário continua uma miséria, e nós temos que pular de escola em escola para multiplicá-lo. Enquanto isso, governantes, vereadores (as) e deputad@s se fingem de ceg@s, surd@s e mud@s. Quando falam, é para nos culpar pela crise, ou para nos pedir paciência e tolerância.

Nesse cenário de abandono, indiferença e até crueldade, é importante lembrar que uma oportunidade está indo embora. O Plano Nacional de Educação (PNE), que ainda está sendo discutido no Congresso Nacional, poderia aumentar os investimentos na área e melhorar as condições para trabalhadores (as) e alun@s. Hoje o investimento em educação se limita a cerca de 5% do que o país produz, do PIB. Precisaríamos de pelo menos 10% do PIB para que a situação começasse a mudar. Mas, infelizmente, o governo não promove nem essa mudança básica. Se pensarmos que 23% do PIB é destinado ao pagamento de juros da dívida pública, podemos ver quais são as prioridades dele.

Por outro lado, posso dizer que uma coisa mudou para melhor depois daquele dia: nossa disposição de luta. O vídeo teve um efeito importante nas escolas, entre professores (as), funcionári@s e mesmo entre @s alun@s. Entre nós, agora repetimos: “Não dá, não posso, não tenho condições!”. E não temos mesmo. Não temos condições de aceitar isso.

No ano passado, milhares de professores, em quase todo o país, disseram que não tinham mais condições. Levantaram a cabeça e pararam as aulas, dando uma lição diferente. Foram greves fortíssimas, com entusiasmo. Tenho orgulho de ser parte disso. Fico feliz quando alguém me diz que minha fala no vídeo lhe inspirou a fazer alguma coisa, a lutar...

Isso, sim, mudou. Pode parecer pouco, mas não é. Nunca tive a ilusão de que os governos, por boa vontade, iriam melhorar a situação das escolas, nossos salários, ou nossas condições de vida e trabalho. Sempre soube que não dava para ficar esperando, que a mudança teria que partir da nossa força, da nossa luta e união.

Essa pode parecer uma mudança pequena, mas para mim foi a mais importante. Saber que podemos, sim, pedir a palavra, nos unir aos alun@s, aos pais e mães deles (as) e a tod@s que acreditem que não existe uma sociedade minimamente digna sem educação, para exigir uma mudança fundamental para o futuro das gerações educadas por nós. Enfim, nesse ano, os governos não mudaram de atitude. Mas nós mudamos. E isso faz toda a diferença.

18 de maio de 2012

Vídeo de Alunos da UERN: "E essa Rosa, sem nenhum esmero, pra educação dá verba zero."

Oi, gente! Tudo bem? Espero que estejam tod@s firmes e fortes na luta pela qualidade da educação pública.

Por aqui, as mobilizações e greves continuam. Os professores e técnicos-administrativos da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) estão em greve desde o dia 3 de maio. Eles reivindicam um reajuste salarial de 10,60%, retroativo ao mês de abril, fruto de um acordo feito com o Governo do Estado em setembro de 2011 para colocar fim a uma greve que durou 106 dias no ano passado. Entretanto, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não cumpriu com o prometido e ainda vem demonstrando intransigência e um completo desrespeito com relação aos estudantes e profissionais da educação. Alega o blábláblá de sempre da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para não dar o reajuste, mesmo com o estado batendo recorde atrás de recorde na arrecadação do ICMS.

Bom, gente, mas eu também gostaria de aproveitar esse post para divulgar uma bonita e criativa manifestação de estudantes da UERN contra o descaso da governadora Rosalba. Eles fizeram um vídeo com uma paródia da música "A casa", do poeta Vinícius de Moraes. "E essa Rosa, sem nenhum esmero, pra educação dá verba zero.", diz um trechinho. Ficou muito legal! Uma excelente demonstração de apoio ao movimento de greve, que merece toda força que pudermos oferecer. Minha profunda solidariedade aos professores e técnicos-administrativos da universidade estadual nessa luta. Esse é o caminho. Abaixo, vejam o vídeo e a letra da paródia, pescados lá do blog do colega Giambatista Brito.

Um beijo a tod@s!


"Era uma universidade muito engraçada,
Só tinha greve, não tinha aula
Ninguém podia estudar nela não
Porque a Rosa não abria a mão
E o pior quando essa acabar
Daqui a meses outra chegará
E ninguém vai no prazo se formar
Tudo isso deixa o curso irregular
E essa Rosa, sem nenhum esmero,
Pra educação dá verba zero."

Não viu o programa semestral do PSTU na TV? Então, confira aqui!

Olá, meus colegas trabalhadores e trabalhadoras!

Nesta quinta-feira, dia 17, foi ao ar o programa semestral do PSTU na TV. O partido teve cinco minutos para denunciar as injustiças sociais no país onde os lucros das grandes empresas e dos bancos não param de subir. O programa falou da extensa rede de corrupção no Brasil, dos altos lucros das construtoras e ainda lembrou a violenta e injusta desocupação dos moradores do Pinheirinho (SJC). As péssimas condições de trabalho dos operários nas obras da Copa e do PAC, os baixos salários e o caos na saúde e na educação públicas também foram denunciados. 

O PSTU mostrou as contradições sociais de um Brasil que não utiliza o crescimento econômico para resolver os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras. Culpa das escolhas políticas dos governos, que dizem nunca ter dinheiro para a educação, por exemplo. Mas sempre tem muito dinheiro para a corrupção e para pagar a dívida pública com os banqueiros. Um tipo de uma injustiça que não pode virar uma coisa normal.

Caso vocês não tenham visto o programa do partido, podem conferir aqui embaixo. Um grande beijo a tod@s.

10 de maio de 2012

Deu no Portal do PSTU: Professora Amanda Gurgel participa de atividades da greve dos trabalhadores em educação da Bahia

Humberto Dias, de Salvador (BA)
Amanda com professores da Bahia (Duda Carvalho)
Nesse dia 7 de maio, a professora Amanda Gurgel esteve presente em Salvador para participar das atividades da greve dos trabalhadores em educação do estado da Bahia. Pela manhã, Amanda participou da assembleia da categoria que está em greve há quase um mês. Durante a assembleia, com aproximadamente 800 trabalhadores, Amanda declarou solidariedade de todos os professores de Natal (RN) à greve e falou da importância de que, nesse momento, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) convoque uma luta nacional do setor da educação. Em Natal, os professores também se encontram em greve pelo pagamento do piso.

Durante a tarde, Amanda participou de uma atividade, convocada pelo núcleo de professores da CSP-Conlutas, na Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada pelos grevistas há quase um mês. Estiveram presentes cerca de 100 professores. Na ocasião, Anderson, da Intersindical, destacou a diferença dessa greve para as outras mobilizações da categoria, pois, nesse momento, os professores lutam pela efetivação de duas leis já aprovadas (Lei do Piso e FUNDEB) e se enfrentam com um governo do PT. Nesse sentido, argumentou que os dados tem mostrado que o problema na Bahia não é a falta de verbas para aumentar o salário dos professores, mas sim a falta de prioridade do governo Wagner.

O professor Valdir dos Santos (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas – ASPROLF) também esteve presente na atividade e resgatou que há um mês os professores de Lauro de Freitas estavam em greve para exigir do governo de Moema Gramacho (PT) também o pagamento do piso nacional. Percebe-se, assim, que o descaso dos governantes não se resume só ao governo no Estado, mas também as prefeituras que desvalorizam os professores e a educação de conjunto.

Amanda Gurgel iniciou sua fala parabenizando os professores pela greve radicalizada que realizam, e que a ocupação da assembleia legislativa mostra a disposição de luta da categoria, servindo de exemplo para outros estados. “Esta greve entrará para a história do movimento brasileiro”, afirmou Gurgel.

A professora lembrou que os professores de Natal (RN), do Piauí, Sergipe, Amapá e Santa Catarina também estão em greve pelo pagamento do piso e o cumprimento da Lei. “A situação dos professores da Bahia é semelhante a dos professores de todo o Brasil e, em todo o país, os professores respondem com lutas para resgatar a nossa dignidade e conquistar melhores condições de trabalho”, destacou.

Amanda reafirmou ainda a necessidade da luta conjunta pela garantia dos 10% do PIB para a educação pública já como forma de melhorar as condições de trabalho e de remuneração da categoria. Amanda ainda abordou a ausência da CNTE, que não tem sido responsável com a condução das mobilizações da categoria, e que deveria chamar mobilizações nacionais imediatamente para unificar as diversas lutas que estão ocorrendo Brasil a fora.

Após a fala de Amanda, ativistas da CSP-Conlutas, professores da UFBA, IFBA, e diversos professores em greve relataram a situação de descaso com a educação no país e a necessidade de organizar a luta da categoria por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Ao final da atividade, foi exibido um vídeo produzido no congresso da CSP-Conlutas, no qual vários professores de diversos estados do país prestam solidariedade e mandam mensagens de apoio à luta dos professores do estado da Bahia.

Fonte: Portal do PSTU

7 de maio de 2012

Vamos tod@s ao ato público em defesa da educação e da saúde públicas de Nova Natal!

Olá, meus caros trabalhadores e trabalhadoras!

Quero convidar todos e todas que moram em Natal ou que estejam em nossa cidade nesta quarta-feira, dia 9, para um ato público em defesa da educação e da saúde públicas do Conjunto Nova Natal, na Zona Norte da capital potiguar. A concentração do nosso protesto será às 15 horas, na Escola Municipal Amadeu Araújo. O objetivo é mobilizar os indignados com o caos e o desrespeito que se instalaram nos serviços públicos em função da política dos governantes sem compromisso com os direitos dos trabalhadores e da população pobre. Essa manifestação está sendo organizada pelos próprios moradores, servidores e usuários da educação e da saúde do conjunto.

Na verdade, Nova Natal sempre se articulou para lutar por seus direitos, mas agora há uma energia diferente na população. Está surgindo uma vontade grande de unir todas as lutas, de juntar todas escolas e unidades de saúde em torno de uma só bandeira, que é a bandeira dos trabalhadores em luta por melhores salários, direitos, serviços públicos de qualidade e uma vida digna. Nada mais justo do que reunir os explorados, os oprimidos e tod@s aqueles que sentem na pele as injustiças sociais. Professores, estudantes, profissionais de saúde, trabalhadores em geral, tragam seus cartazes e bandeiras e para o meio da rua! Vocês tem todo o meu apoio.

E não se esqueçam! É nesta quarta-feira 9, às 15 horas, na Escola Municipal Amadeu Araújo. No Twitter, vamos colocar Nova Natal no topo escrevendo #NovaNatalEmLuta. Em meio à tempestade, vamos semear a esperança e a nossa luta! Conto com a presença de tod@s!

Um beijo!

25 de abril de 2012

Ninguém aguenta mais tanta corrupção!

Olá, colegas trabalhadores e trabalhadoras de todo o país!

O Rio Grande do Norte vive mais um escândalo de corrupção, desta vez no Tribunal de Justiça do Estado (TJ). A ex-chefe do setor de Precatórios, Carla Ubarana, admitiu a existência de um esquema que desviou, até onde se sabe, R$ 11 milhões e que envolvia os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro. A própria Carla Ubarana entregava o dinheiro em envelopes aos presidentes do TJ, até mesmo na garagem do Tribunal.

Tudo começou quando o então presidente do TJ, Osvaldo Cruz, teria mandado dividir uma sobra de dinheiro, que ele chamou de “dinheiro sem dono”. Gente, como assim, sem dono? São muitos os donos desse dinheiro desviado: os trabalhadores, as crianças sem escolas, as pessoas nas filas do SUS, o povo pobre do estado. Quantos hospitais e escolas poderiam ser construídos com esses R$ 11 milhões?

Esse mesmo tribunal ainda foi capaz de decidir que os trabalhadores da educação, os servidores e os operários, que recebem apenas R$ 800 para construir o estádio Arena das Dunas, não poderiam fazer greve. O TJ alegou que as paralisações eram ilegais. Ilegal é a corrupção. Ilegal é não ter merenda nas escolas e leitos nos hospitais. Ilegal é ter trabalhadores (as) com salários baixíssimos. Aliás, não é só ilegal. É também imoral.

Os trabalhadores não fazem greve para ter a mordomia destes desembargadores. Fazem, na verdade, para sobreviver. Desde quando passou a ser ilegal lutar por uma vida digna? Eu dou todo o meu apoio a estas greves, porque são justas e necessárias. Este tribunal corrupto não tem moral para julgar a greve de nenhuma categoria como um crime. Os criminosos são outros e estão de terno e toga.

Mesmo sabendo que nem todos os desembargadores são corruptos, não posso deixar de dizer que a corrupção está entranhada neste Estado. O caso do Tribunal de Justiça se soma a diversos outros escândalos de corrupção ocorridos por aqui. Todos marcados pela impunidade, a exemplo das Operações Impacto, Hígia e Sinal Fechado. Estas duas últimas, inclusive, chegaram a desviar cerca de R$ 36 milhões cada uma.

A corrupção é uma praga espalhada por todas as instituições da sociedade capitalista. Das Câmaras de Vereadores ao Congresso Nacional; do Governo à Justiça. É preciso que todos os corruptos sejam presos imediatamente, tenham seus bens confiscados, e que devolvam o dinheiro aos seus verdadeiros donos.

 
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